Homens e mulheres não falam a mesma língua, nem mesmo corporal. Muitos pensam que nossas conversas se resumem a sapato, roupa, a nova coleção de esmalte ou o creme que irá fazer uma maravilha facial... Até falamos sobre isso, mas o assunto que sempre nos deixa mais “animadinhas” são os homens (cônjuge, namorado, peguete, ficante, belisca, não peguei mas tô interessado... – definições descaradamente roubadas de outra mente criativa). Quando se mistura uma (ou cinco garrafas de vinho) então, só Jesus na causa.
Pois bem, no muro dos desejos e das lamentações, apresento a história de Lucilda.
Lucilda, jovem dos seus trinta anos (hoje aos trinta anos ainda se é jovem e, a depender das interferências cirúrgicas e dos mililitros de botox, pode-se querer ser jovem até aos sessenta), cheia de volúpia e vontade de se “arrumar” na vida com algum gajo garboso. Ela nunca pediu muito: queria apenas alguém interessante, inteligente, cavalheiro (porque estava cansada dos cafajestes), bem resolvido, hétero... Nada de muitas exigências.
Um dia disse para ela rezar para Nossa Senhora das Almas, às seis da tarde. É nessa hora que os anjos passavam e dizem amém. Não é que deu certo. Melhor que Santo Antônio.
E finalmente Lucilda encontrou quem procurava. Um rapaz lindo, charmoso, atencioso, carinhoso... Era tantos “osos” que dava até nojo... Enfim, no primeiro encontro, ela foi meticulosa. Arrumou-se de uma forma clássica e sensual, queria que ele a desejasse, mas sem parecer oferecida. Pelas palavras de Lulu, a noite foi linda. Ele a levou a um jantar a luz de velas, puxou a cadeira, elogiou o seu cabelo, o quanto ficava encantadora sob meia luz... Conversaram, beberam, riram e foram para casa, cada um para a sua... Um romance à moda antiga, com a troca de olhares, a sensualidade ao segurar uma taça de vinho e um singelo beijo de despedida.
Pronto, Lucilda voltou em êxtase. “Dessa vez é para valer”, dizia....
Então, veio o segundo encontro, o terceiro e o mesmo romantismo e delicadeza. “Nossa, ele é tão cortês, tão cortês que já tá me dando angustia. Ontem, me vesti toda bem intencionada, cheia de amor para dar, mas, fui dormir completamente arrumada”, reclamou após o quarto encontro. No quinto, Lucilda prometeu a si mesma que o dito cujo não escaparia: colocou um vestido provocante, escolheu um lugar caliente. Imaginava que um pouco de iguarias latinas ajudaria a criatura a entender que ela estava era para brincadeira.
“Ah, cavalheirismo demais tem limites. Eu aqui toda me querendo e ele nesse rame-rame, sem nem tentar levantar meu vestido para eu poder fazer charme e fingir que sou moça de família. Que que há?. Eu quero é fogo pra tacar na gasolina”, desabafou indignada.
Não deu outra, o caldo desandou. O encanto se quebrou.
Perguntei para ela o porquê, no que me respondeu sabiamente: “Uma coisa é fato. A mulher sonha com um homem cavalheiro, mas quer sentir a pegada máscula desde o início. Não tem que mudar os papeis. Ao homem cabe tentar, e a mulher resistir... pelo menos até certo ponto. Não se deve mexer nessas convenções”.
É, o mundo mudou. As mulheres mudaram e querem mais que flores e mãozinhas dadas.
5 comentários:
Brinca, estuda, trabalha, compra, vende, constrói, destrói, come, dorme, anda, corre,joga,canta, escreve, descreve, ri, chora, briga, amiga, estica, puxa e vai. E, no frigir dos ovos, todos querem o mesmo: ti ti ti.
bj
Hahhahahahahha... Você realmente resumiu bem o enredo, rs.
Gostei de ver, Grazi! Com o tempo você vai ver como esse "brinquedinho" empolga.. Já viu o meu? http://cheirodomar.blogspot.com
Grande abraço e boa sorte!
Pode passar o meu telefone para Lucilda.
Pode passar o meu telefone para Lucilda.
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